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Como Organizar Dívidas Após as Férias em Portugal? Guia Completo

(Imagem: Divulgação/Reprodução do Google Imagens)

Com o fim das férias, é comum que o saldo na conta fique menor do que o esperado. Gastos com viagens, cartões de crédito e despesas pequenas podem impactar muito. Se você se encontra nessa situação, a consolidação de dívidas pode ser o caminho para recuperar o controle financeiro. Mas atenção: não é só somar os créditos. É fundamental comparar, calcular e decidir com base em números.

A seguir, apresentamos um guia prático e simples para ajudá-lo a determinar se a consolidação é a melhor opção para você. Confira os detalhes desse processo abaixo.

1) Fotografe suas dívidas

Anote todos os seus créditos (pessoal, cartão, automóvel, habitação): inclua o valor da dívida, taxa de juros, prazo e valor da prestação.

Para garantir que não deixe nada de fora, solicite o Mapa da Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) do Banco de Portugal, que é gratuito e abrange um histórico de até cinco anos.

2) Avalie seu orçamento

Calcule seus rendimentos fixos e despesas indispensáveis. Determine quanto você consegue pagar mensalmente sem correr o risco de inadimplência novamente.

Esse cálculo será a base para definir o prazo e o valor das prestações na consolidação (quanto maior o prazo, menor a prestação, mas maior será o MTIC).

3) Simule diferentes cenários

Utilize os simuladores disponíveis no Portal do Cliente Bancário para calcular a prestação e o custo total do crédito ao consumo e, se aplicável, do crédito à habitação. Salve as simulações para facilitar a comparação de propostas.

4) Compare propostas de consolidação com os indicadores corretos

Ao receber propostas, faça uma análise comparativa para identificar qual delas melhor atende às suas necessidades. Confira abaixo!

  • TAEG (para comparar o custo anual entre instituições, com o mesmo montante e prazo);
  • MTIC (para entender, em euros, qual será o custo total);
    Não esqueça que o Banco de Portugal divulga taxas máximas trimestrais para crédito ao consumo, o que é útil para avaliar se uma oferta está alinhada com o mercado).

5) Fique atento às comissões e ao reembolso antecipado

A consolidação geralmente envolve a quitação de créditos antigos (que podem ter comissões para reembolso antecipado) e a abertura de um novo crédito (com comissões e seguros).

A taxa de reembolso antecipado para crédito habitacional com taxa variável está suspensa até 31/12/2025, o que é importante se você planeja quitar ou transferir seu empréstimo.

Em outras situações, a legislação estabelece limites máximos (até 0,5% para taxa variável e 2% para taxa fixa).

No crédito ao consumo, você tem o direito de reembolso antecipado, mas a compensação é limitada pela lei; verifique as condições no seu contrato e na legislação pertinente.

6) Confira quem está vendendo o crédito

Apenas instituições bancárias e intermediários de crédito autorizados podem oferecer e intermediar créditos. Sempre verifique se o intermediário está listado pelo Banco de Portugal.

7) Se você está em risco de inadimplência, ative os mecanismos de proteção

Antes que os pagamentos atrasem, o banco deve ter um PARI (Plano de Ação para o Risco de Inadimplência).

Se você já tem parcelas atrasadas, ativa-se o PERSI (procedimento extrajudicial para regularizar a inadimplência). Converse logo com seu banco e busque soluções para prevenção ou renegociação.

8) Busque suporte gratuito e independente

A Rede de Apoio ao Cliente Bancário (RACE) auxilia aqueles que estão em risco de inadimplência a considerar opções como renegociação, consolidação e planos de pagamento. O acesso é gratuito e há instituições em cada distrito.

9) Conheça seus direitos após a contratação

Nos contratos de crédito ao consumo, existe o direito de revogação: você pode desistir em até 14 dias após assinar (ou receber o contrato), sem precisar justificar sua decisão.

Se as informações contratuais não foram fornecidas de acordo com a legislação, o prazo para desistência pode ser estendido, conforme a transposição da diretiva europeia.

Consolidar dívidas pode ser uma solução eficaz para quem volta das férias com as finanças comprometidas. Mas é importante que essa decisão seja bem informada, baseada em cálculos e não em impulso.

Com planejamento, simulações e o suporte das entidades adequadas, é possível transformar várias dívidas em uma única parcela gerenciável e recuperar a paz financeira.

Dessa forma, você pode até planejar suas finanças para a próxima viagem de férias, seja com a família ou os amigos.

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