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Como a subida da Euribor está a influenciar as prestações dos novos empréstimos pessoais em Portugal

Saiba como a subida da Euribor está a aumentar o custo dos novos empréstimos pessoais em Portugal e quais os riscos e cuidados.

(Imagem: divulgação/reprodução do Google Imagens)

A subida da Euribor, taxa de referência que os bancos da Zona Euro utilizam para emprestar dinheiro entre si, está a gerar impactos importantes no custo dos empréstimos pessoais em Portugal.

Embora grande parte da análise pública concentre-se nos créditos à habitação, é relevante perceber que os empréstimos pessoais também podem sofrer efeitos, sobretudo se forem indexados a taxas variáveis ou mistas.

Neste artigo exploramos o que é a Euribor, por que está a subir, de que forma isso se repercute nos novos empréstimos pessoais e o que os tomadores podem fazer para mitigar os riscos.

O que é a Euribor e por que importa?

A Euribor (Euro Interbank Offered Rate) corresponde à taxa média à qual os bancos da Zona Euro emprestam dinheiro uns aos outros, conforme o prazo (ex: 1 mês, 3 meses, 6 meses ou 12 meses).

Em Portugal, muitos produtos de crédito (sobretudo habitação, mas também alguns empréstimos pessoais) estão indexados a esta taxa, ou seja, a taxa de juro cobrada ao cliente incorpora a Euribor mais um spread bancário.

Quando a Euribor sobe, a componente variável da taxa de juro também sobe, o que pode implicar prestações mais elevadas, maior esforço financeiro e, em último caso, mais risco para o cliente.

Por que motivo a Euribor está a subir?

Vários factores explicam o movimento ascendente da Euribor:

  • O Banco Central Europeu (BCE) elevou as suas taxas diretoras para travar a inflação;
  • A maior pressão inflacionista e os custos de financiamento mais elevados para os bancos acabam por refletir-se nas taxas interbancárias;
  • Mesmo que já haja sinais de estabilização ou descida em alguns prazos, historicamente a subida já aconteceu e continua a ter efeitos residuais.

Por exemplo, segundo fontes especializadas, uma taxa Euribor mais elevada adiciona uma pressão imediata sobre as prestações a pagar, mesmo pequenas subidas podem significar dezenas de euros a mais por mês.

Como isso afeta os novos empréstimos pessoais em Portugal?

Embora o foco mediático costume ser o crédito à habitação, os impactos estendem-se aos empréstimos pessoais, sobretudo para aqueles contratados com taxa variável ou mista. Eis como:

  • Taxa variável ou mista: alguns bancos já oferecem empréstimos pessoais cuja taxa no primeiro período é fixa, mas depois muda para uma componente variável indexada à Euribor;
  • Aumento da prestação: se a Euribor sobe, a taxa variável aplicada ao empréstimo pode aumentar, elevando a prestação mensal. Isto significa que o custo do empréstimo torna-se maior ao longo do tempo, o que pode reduzir a margem de manobra orçamental do cliente;
  • Maior risco orçamental: para quem contrata agora ou num futuro próximo, é importante incorporar no orçamento a possibilidade de que a taxa variável venha a subir, caso contrário, o pagamento mensal pode tornar-se difícil de suportar;
  • Diferenças em função das condições contratuais: o impacto concreto depende de vários elementos: prazo do empréstimo, valor, spread definido pelo banco, frequência de revisão da Euribor (3, 6 ou 12 meses) e da opção entre taxa fixa ou variável.

Por fim, para um novo empréstimo pessoal indexado à Euribor, uma subida da taxa interbancária implica maior custo, e quem contrata agora precisa ter em conta esse risco adicional.

Quais as vantagens e desvantagens deste cenário?

Embora a indexação à Euribor traga algumas vantagens, como a transparência, já que o consumidor sabe exatamente que está exposto a uma taxa variável e pode planear-se melhor.

A principal é a incerteza quanto ao valor futuro da prestação, porque, se a Euribor aumentar de forma abrupta, a mensalidade pode subir significativamente.

Para famílias com orçamentos mais apertados, esta oscilação pode comprometer o equilíbrio financeiro e dificultar a gestão das despesas essenciais.

Além disso, mesmo contratos que parecem atrativos no momento da contratação podem ocultar riscos relevantes quando incluem uma componente variável expressiva, o que torna o crédito potencialmente mais caro ao longo do tempo.

Conclusão

A subida da Euribor está a tornar os novos empréstimos pessoais em Portugal mais vulneráveis a variações de taxa de juro.

Embora nem todos os empréstimos pessoais estejam indexados à Euribor, muitos produtos híbridos ou variáveis o estão, e isso exige uma maior prudência por parte do tomador de empréstimo.

Contratar sem ter em conta essa variabilidade pode colocar-lhe em risco caso a taxa suba de forma expressiva. Por outro lado, quem se prepara, simula cenários e opta por alternativas mais seguras.

Juliana Raquel
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Juliana Raquel